A descrição da narrativa do óbito: último ato individual, não solitário
DOI:
https://doi.org/10.17267/2594-7907ijhe.v4i2.3308Palavras-chave:
Morte. Solidão. Empatia. Literatura.Resumo
INTRODUÇÃO: A morte é o último ato do personagem literário, sendo um ato individual, mas que não precisa ser solitário. Utilizando as obras literárias “Uma Vela para Dario”, “Um Corpo sem Nome” e “A morte de Ivan Ilitch”, mostramos e discutimos como a morte é retratada na literatura. DESENVOLVIMENTO: Ensaiamos sobre como a morte é impossível de ser partilhada, se tornando um ato individual. Também discorremos sobre como ela é retratada de forma solitária na literatura e sobre como a negação da morte e a morte no hospital constroem uma morte solitária. Ainda, tratamos sobre a anomia (conceituada como perda de nome, identidade e conexões sociais) e como ela é denunciada na literatura, revelando o extremo da solidão no óbito do personagem. Por fim, fizemos considerações sobre a possibilidade de tornar a morte mais confortável, quando a pessoa nesse momento da vida está em contato com pessoas e comportamentos empáticos, apesar da dificuldade de se estabelecer verdadeira empatia quando se nega a própria morte. CONCLUSÃO: As obras trabalhadas mostram como a negação, a indiferença, a despersonalização e a falta de empatia tornam a morte, que já é individual, solitária. Alguns atos de empatia são demonstrados nas obras, revelando como o pensar, vivenciar e viver a morte podem ser naturalizados e empáticos, quando se recusa a negação da morte.