O exercício da escrita e da escuta como instrumentos de aprimoramento da prática clínica
DOI:
https://doi.org/10.17267/2594-7907ijhe.v4i2.3322Palavras-chave:
Relação médico-paciente. Humanidades. Literatura. Artes. Ensino em saúde. Educação Médica. Comunicação. Medicina Narrativa.Resumo
INTRODUÇÃO: O exercício da escrita e da escuta contribuem para a prática médica de forma ímpar. O recebimento da história do paciente se dá por uma escuta atenta que, para isso, precisa ser treinada. Assim, a escrita é a ferramenta primordial nesse processo. A medicina hoje assume um carácter cada vez mais tecnicista. DISCUSSÃO: A aproximação da Medicina e das ciências humanas, que para alguns, parece ser inconciliável, ganha espaço na Medicina Narrativa de Rita Charon, através deste exercício cíclico e inesgotável de escrever e escutar. Os livros são capazes de nos fornecer recursos interpretativos e proporcionar um posicionamento mais atento e perspicaz aos comportamentos do paciente de falar ou até mesmo ao se manter em silêncio. Assim que se apreende o que foi escutado, a escrita vem como diálogo consigo mesmo para entender com maior profundidade o que acabamos de experienciar. Entrando nesse complexo enredo do paciente, através da imaginação, abre-se o caminho para desenvolver empatia com o emissor e abre espaço para reflexão do médico em relação ao que ele vivencia. É essencial possuir um arsenal teórico e literário para se conectar com as vivências e o lugar social do paciente. CONCLUSÃO: A medicina não é em si ciência, por isso pressupõe a interpretação, a qual surge também da boa escuta e escrita. Desta forma, essas capacidades promovem uma relação médico(a)-paciente mais horizontal e menos paternalista dando o protagonismo ao paciente sobre si mesmo e sua dor.