O outro lado do jaleco
DOI:
https://doi.org/10.17267/2594-7907ijhe.v4i2.3325Palavras-chave:
Representação social do médico. Relação Médico-paciente. Adoecimento médico.Resumo
INTRODUÇÃO: Na Literatura e nas Artes temos exemplos da representação das inúmeras faces do médico e a influência dessas visões na imagem que o médico tem de si mesmo, o que interfere diretamente no seu processo de adoecimento. Este trabalho objetiva explorar a construção da figura do médico na sociedade e como esta implica em seu comportamento como paciente. DESENVOLVIMENTO: Aliado a prestígio e autoridade, o exercício da Medicina vem acompanhado de grande carga de exigência. Deste modo, é criado um nível de cobrança altíssimo e um contexto de negação do adoecimento médico. A imagem do médico enfermo pode colocar-se como uma situação fora da realidade. Sobre isso, temos exemplos no Livro “Ensaio sobre a Cegueira”, de José Saramago, na obra “O Médico Doente”, de Drauzio Varella, e, ainda, na dramaturgia. Analisando outra vertente, um ponto interessante é que sendo paciente, o médico pode aprender como o outro se sente,o que remete, inclusive, ao conceito de empatia. Ademais, evidenciam-se as diferentes perspectivas existentes sobre o fato de possuir conhecimento sobre as doenças. CONCLUSÃO: A dificuldade de desvencilhar as múltiplas dimensões do médico, devido à construção histórica desse profissional como um “semideus”, forte e estudioso, e à própria visão pessoal de onipotência, gera uma negação do adoecimento médico. A ampliação dos estudos em Ciências Humanas e em Humanidades Médicas pode proporcionar uma maior compreensão dessa conjuntura.