Escuta na relação médico-paciente: uma arte perdida
DOI:
https://doi.org/10.17267/2594-7907ijhe.v4i2.3332Palavras-chave:
Relação médico-paciente. Educação médica. Literatura na medicina.Resumo
INTRODUÇÃO: A relação médico-paciente teve várias reinterpretações no decorrer dos séculos sendo pautada na escuta atenta primordialmente, característica que vêm sendo negligenciada em muitos contextos atuais. Tal relação médico-paciente se mostra fundamental para compreensão do quadro patológico em análise e, também, para o entendimento desse paciente como ser humano o que atribuirá maior dignidade a esse momento tão íntimo, porém tão essencial na prática médica. Com isso, a literatura pode ser utilizada como uma ferramenta para incentivar o desenvolvimento humano dos profissionais e estudantes e subsequentemente a reflexão disso nessa importante relação. DESENVOLVIMENTO: Atualmente se percebe notável enfraquecimento da relação médico-paciente devido, principalmente, ao culto exacerbado do tecnicismo e depreciação do cultural, como os vários segmentos da literatura, quando, na verdade, cada um desses aspectos possuem seu espaço e devem se complementar. Tendo isso em vista, ocorre um maior distanciamento entre médico e paciente o que acaba por prejudicar a imagem do exame clínico moldado pelo que deveria ser um co-protagonismo entre esses dois indivíduos. Devido a isso, o médico se torna cada vez mais insensível e, por conseguinte, o paciente se torna cada vez mais inalcançável o que dificulta a devida promoção de saúde e futuro bem-estar desta pessoa. Assim, a literatura pode inserir-se como uma ferramenta que estimulará mudança desse contexto, seja pelo contato do médico com temas recorrentes no seu dia a dia a partir da visão de seus pacientes; seja pelo próprio autoconhecimento adquirido capaz de fazê-lo compreender a vulnerabilidade dos seres humanos, inclusive a sua própria. Ademais, outra importante função que a literatura pode propiciar é a de facilitar a própria coleta dos dados – por meio da linguagem ou até mesmo por ações realizadas pelo profissional – a qual terá desdobramentos importantes no prognóstico daquele paciente. CONCLUSÃO: Médicos e estudantes dessa área devem propiciar o maior conforto possível para o paciente que se encontra no estado de vulnerabilidade que a moléstia propicia e isso pode ser alcançado mais fácil e eficientemente com a utilização da literatura associada ao tecnicismo de maneira que se tornem complementares e abarquem os vários segmentos inerentes ao ser humano.