Bastidores da anatomia: da história à essência humana
DOI:
https://doi.org/10.17267/2594-7907ijhe.v4i2.3342Palavras-chave:
Anatomia. Arte. Cuidado com o corpo.Resumo
INTRODUÇÃO: A história da Anatomia, sua representação artística e a história do corpo humano, com seus tabus, percorreram um longo caminho até o momento atual. O objetivo deste trabalho é compreender os pontos históricos dessa área do conhecimento, bem como a subjetividade a ela envolvida, correlacionando com a Literatura e as Artes. DESENVOLVIMENTO: A produção de conhecimentos anatômicos se inicia na pré-história; é estanque na Idade Média; ganha fôlego na Medicina Oriental e atinge seu ápice nos espetáculos de dissecações públicas. A Anatomia se estabelece como forma de entretenimento através da regulamentação das dissecações públicas, levando à banalização da morte, valorização do grotesco, escassez de cadáveres e o medo da apropriação indevida dos corpos. À medida que cresceu enquanto área do conhecimento, a Anatomia criou as bases para as ciências da saúde e o cuidado com o ser humano. Depreendeu-se, com o tempo, que o estudo das peças anatômicas requer princípios essenciais - sensibilidade, ética e respeito -, e nos permite refletir sobre a transposição dos limites entre o belo versus o grotesco; o agradável versus o repugnante. Permite ainda reflexão acerca da banalização, comercialização e erotização do corpo, bem como sobre os limites da ciência. CONCLUSÃO: A Anatomia humana, em suas múltiplas vertentes, percorreu longos caminhos e se constitui como uma preciosa fonte de conhecimento, porém, depara-se com o aliciamento pelos mais distintos interesses. É preciso resgatar a beleza do corpo humano, que é parte indissociável do ser que ali habita/habitou a fim de ressignificar a sua essência humana.