Inteligência artificial na formação em saúde: percepções de docentes e especialistas em tecnologia sobre a substituição de competências docentes
DOI:
https://doi.org/10.17267/2594-7907ijeh.2025.e6382Palavras-chave:
Inteligência Artificial, Educação de Graduação em Medicina, DocentesResumo
INTRODUÇÃO: A incorporação da inteligência artificial (IA) na educação reflete avanços tecnológicos acelerados e a busca por métodos inovadores de ensino. Diante do seu potencial disruptivo, torna-se essencial discutir seus impactos sobre as competências docentes na educação médica de maneira abrangente e multidisciplinar. OBJETIVOS: Comparar as percepções de docentes da área médica e profissionais de tecnologia quanto à possível substituição de competências docentes por IA. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal, quantitativo, com 82 participantes (65 docentes e 17 profissionais de tecnologia), realizado por meio de questionário online anônimo. Foram avaliadas 14 competências docentes quanto à possibilidade de substituição por IA, considerando complexidade, potencial de automação e prazo estimado para ocorrer. RESULTADOS: Houve concordância entre os grupos em 64,3% das competências. A concordância foi de 80,0% para tarefas de baixa complexidade e alta automação, 60,0% para competências de média complexidade e parcialmente automatizáveis, e 50,0% para funções de alta complexidade e baixa automação. À medida que a complexidade aumentava, diminuía a crença na substituição por IA. Houve divergências significativas em competências como seleção de conteúdo com rigor (p=0,029), antecipação de dificuldades dos estudantes (p=0,018), articulação teoria-prática (p=0,032), reforço de contribuições dos alunos (p=0,017) e adaptação docente com base em devolutivas (p=0,046). Nesses casos, os profissionais de tecnologia mostraram-se mais inclinados a acreditar na substituição dessas competências por IA do que os docentes. A maioria acredita que a substituição pode ocorrer em até cinco anos. CONCLUSÃO: Ambos os grupos preveem a adoção crescente da IA no ensino médico, especialmente em atividades de menor complexidade. Embora o consenso diminua em relação às competências mais complexas, há uma expectativa compartilhada de que a IA moldará cada vez mais as práticas educacionais no futuro próximo.
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