Substâncias psicoativas e transtornos mentais relacionados ao trabalho em profissionais de enfermagem no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17267/2317-3378rec.2025.e6428

Palavras-chave:

Profissionais de Enfermagem, Transtornos Mentais, Substâncias Psicoativas, Condições de Trabalho

Resumo

OBJETIVO: Identificar os transtornos mentais relacionados ao trabalho e uso de substâncias psicoativas em profissionais de enfermagem no Brasil no período de 2013 a 2023. MÉTODO: Estudo transversal descritivo retrospectivo baseado em dados secundários extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A amostra incluiu todos os casos notificados de transtornos mentais relacionados ao trabalho em profissionais de enfermagem, conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). As variáveis foram analisadas por meio de estatística descritiva e incluíram região, raça, sexo, diagnóstico e uso de SPAs (álcool, fumo, drogas psicoativas e psicofármacos). RESULTADOS: Foram registradas 1.439 notificações de transtornos mentais relacionados ao trabalho em profissionais de enfermagem, predominando os Transtornos Neuróticos Relacionados ao Estresse e Somatoformes (60,0%) seguidos dos Transtornos do Humor [Afetivos] (22,7%). O uso do álcool (52,1%), do fumo (37,5%), das drogas psicoativas (51,5%) e dos psicofármacos (54,7%) foi mais frequente em profissionais com Transtornos Neuróticos Relacionados ao Estresse e Somatoformes. CONCLUSÃO: Os dados revelaram alta prevalência de Transtornos Neuróticos Relacionados ao Estresse e Somatoformes e padrões relevantes de consumo de SPAs entre profissionais de enfermagem acometidos por transtornos mentais, com destaque para o uso de sedativos e álcool.

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Publicado

03.12.2025

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

1.
da Silva CRGM, Passos SC. Substâncias psicoativas e transtornos mentais relacionados ao trabalho em profissionais de enfermagem no Brasil. Rev Enf Contemp [Internet]. 3º de dezembro de 2025 [citado 5º de dezembro de 2025];14:e6428. Disponível em: https://journals.bahiana.edu.br/index.php/enfermagem/article/view/6428