DISFUNÇÃO DO TRATO URINÁRIO INFERIOR NA INFÂNCIA: FOCO NA HIPERATIVIDADE VESICAL
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v7i1.1264Palavras-chave:
Bexiga urinária hiperativa, Tratamentos, Criança, IncontinênciaResumo
A disfunção do trato urinário inferior (DTUI) na infância apresenta alta prevalência, podendo levar a sintomas de urgência miccional, incontinência urinária, infecção do trato urinário, refluxo vesicoureteral, lesão renal, além de impactos psicoemocionais. A hiperatividade vesical (HV) é a forma mais comum de apresentação da DTUI, sendo caracterizada como uma alteração na fase de enchimento vesical, acompanhada por sintomas urinários próprios desta fase, mas com um padrão de fluxo urinário normal e sem apresentação de resíduo pós-miccional. A sua fisiopatologia ainda é controversa, e engloba possibilidades de alterações de origem central, de desencadeamento de contrações não inibidas do detrusor devido ao quadro de constipação intestinal, ou ainda a possibilidade de ser causada pelo quadro de infecção do trato urinário. Há três principais tratamentos disponíveis para tratar crianças com HV: medicação, uroterapia e eletroestimulação. Destes, a terapia medicamentosa ainda é a mais difundida pelo mundo, apesar de trazer diversos efeitos colaterais e baixa taxa de cura. A uroterapia é baseada em orientações miccionais e alimentares e deve ser indicada como a primeira linha terapêutica. A eletroestimulação ainda apresenta diversidade em relação à posição do eletrodo, tempo e frequência da aplicação e parâmetros diferentes em relação à corrente terapêutica. Apesar dessa variabilidade, as terapias combinadas da uroterapia com a eletroestimulação apresentam melhores resultados clínicos de acordo com os trabalhos disponíveis na literatura.