Deambulação precoce após angioplastia transluminal coronária por acesso femoral - relato de dois casos
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v9i1.2250Palavras-chave:
Fisioterapia. Reabilitação. Angioplastia.Resumo
INTRODUÇÃO: No Brasil e no mundo ainda é abundante o número de serviços hospitalares que restringe a realização de exercício nos indivíduos submetidos à angioplastia transluminal coronária (ATC), no período pós-operatório imediato, por receio de complicações. É importante demonstrar que a Fisioterapia cardiovascular pode ser realizada nessa população. OBJETIVO: Verificar os efeitos adversos no desempenho da deambulação precoce após ATC, com o uso de um dispositivo mecânico de oclusão arterial na punção femoral. POPULAÇÃO E MÉTODOS: Relato de dois casos (um homem de 68 anos e uma mulher de 57 anos) submetidos à ATC de um único vaso (artéria coronária direita e ramo diagonal, respectivamente) que tiveram sua punção realizada por via femoral, associada ao dispositivo de fechamento arterial Angio-Seal - St. Jude Medical®, que receberam alta do hospital após seis horas do término da intervenção. Os pacientes apresentavam, antes da ATC, angina estável e fatores de risco cardiovascular (dislipidemia, hipertensão e outros). Após a ATC, os pacientes foram avaliados pela equipe, que monitorava intercorrências durante a internação (dor no peito, desconforto ventilatório, eletrocardiograma, enzimas cardíacas e outras). A marcha dos indivíduos era verificada, no sentido de se avaliar a tolerância dos indivíduos à mesma, após cinco horas da realização da ATC. Os indivíduos eram orientados a caminhar em ritmo leve (Borg modificado entre 1-3) por cinco minutos em um corredor de aproximadamente 15 metros, em movimentos de ida e volta, sendo avaliados após a deambulação quanto ao surgimento de hematoma no sítio da punção, dores ou quaisquer complicações que surgissem. No primeiro dia de pós-operatório foi realizado um telefonema para segunda checagem de complicações. RESULTADOS: Ambos toleraram a realização dos cinco minutos de marcha e foram liberados do hospital após seis horas, deambulando sem intercorrências. Um dos pacientes referiu cefaleia de baixa intensidade durante a internação. A mesma paciente referiu dor de baixa intensidade no local da punção arterial no dia seguinte. Não se verificaram alterações clinicamente relevantes nos parâmetros cardiovasculares ou ventilatórios durante as seis horas de internação pós-operatória ou durante a deambulação. CONCLUSÃO: A realização de deambulação precoce dentro de seis horas após a ATC foi bem tolerada nos dois casos estudados, mesmo com o sítio de acesso arterial femoral. O uso de dispositivo mecânico de fechamento arterial foi importante para que se pudesse realizar a deambulação nessa população.