Um relato de caso sobre exercício físico e Diabetes Mellitus Tipo II: ainda podemos nos surpreender?
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v10i2.2795Palavras-chave:
Síndrome Metabólica. Reabilitação cardíaca. Glicemia. Qualidade de vida.Resumo
INTRODUÇÃO: O Diabetes mellitus tipo 2(DM2) é fator de risco independente para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O exercício físico é uma terapêutica adjuvante e eficaz no controle do DM2, pois evita o declínio funcional, complicações cardiovasculares e melhora a qualidade de vida. OBJETIVO: Apresentar a repercussão de um programa de reabilitação cardiovascular e metabólica sobre o controle glicêmico e capacidade funcional em uma paciente com DM2 e insuficiência cardíaca classe II. MÉTODOS: Trata-se de um relato de caso envolvendo uma mulher de 63 anos, irregularmente ativa, eutrófica, sarcopênica, hipertensa e com DM2 em uso de insulina (NPH e ultrarrápida) há 6 anos, com diagnóstico de insuficiência cardíaca(IC) classe funcional II. Ingressa em programa de reabilitação cardiovascular e metabólica supervisionado. Realiza avaliação de perfil lipídico, hemoglobina glicada, teste de caminhada de 6 minutos (TC6), glicemia de jejum. Durante a sessão foi monitorizada a glicemia capilar, pressão arterial sistêmica (PAS) e o traçado eletrocardiográfico. O protocolo consistia em alongamento, exercícios neuromusculares e esteira ergométrica realizados com carga de 12-14 da escala de Borg. O programa durou 16 semanas, sendo realizado 2 vezes na semana totalizando 80 min por sessão. RESULTADOS: Houve acréscimo de 128,57% no TC6 (350 vs 800m). Os valores da hemoglobina glicada pré e pós-programa de treinamento foram 12%-vs-7,5%; glicemia de jejum 346mg/dL-vs-105mg/dL; colesterol total 158mg/dL-vs-108mg/dL; lipoproteína de baixa densidade(LDL) 95mg/dL-vs-58mg/dL; lipoproteína de alta densidade(HDL) 31mg/dL-vs-41mg/dL; triglicerídeos 115mg/dL-vs-97mg/dL e PA 185x95mmHg vs 139x85mmHg. Ao final do programa foi retirada a utilização da insulina subcutânea. CONCLUSÃO: O programa demonstrou-se adequado na melhora da capacidade funcional submáxima e no controle dos níveis glicêmicos e lipídicos plasmáticos.