Prevalência de extubação não planejada e fatores associados em uma unidade de terapia intensiva neonatal
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v10i3.3047Palavras-chave:
Extubação não planejada. Prematuridade. Segurança do paciente.Resumo
INTRODUÇÃO: Intubação endotraqueal é procedimento comum nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais e tem como evento adverso a extubação não planejada, um incidente grave, associado a morbidade neonatal. OBJETIVO: Verificar a prevalência de extubação não planejada e fatores associados em recém-nascidos submetidos à ventilação mecânica na unidade de terapia intensiva neonatal por condições respiratórias, cardíacas ou por pós-operatório. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal, retrospectivo realizado entre março a dezembro de 2017. Os dados foram coletados da ficha de notificação do serviço e incluíram: sexo, peso no momento do evento, comorbidades do paciente, data e hora de ocorrência, condições associadas e conduta pós-extubação. RESULTADOS: Em 38 recém-nascidos em ventilação mecânica foram registrados 72 eventos, a prevalência da extubação não planejada de 4,6%. Entre os fatores identificados, peso inferior a 1.500g foi observado em 20 recém-nascidos (52,6%) e prematuridade em 25 (65,8%). Em 15 recém-nascidos (39,5%) houve mais de um evento/paciente. Peso inferior a 2.500g esteve associado a um risco 6 vezes maior de recorrência do incidente. As condições associadas aos eventos foram agitação motora do recém-nascido (50%), manuseio da cânula endotraqueal (28,3%) e durante procedimentos de rotina do recém-nascido (21,7%). Reintubação foi necessária em 58 casos (80,5%), sendo imediata em 20 (34,5%). CONCLUSÃO: A agitação motora e o manuseio da cânula endotraqueal, portanto, foram os fatores mais associados aos eventos, a recorrência foi mais frequente em recém-nascido com peso inferior a 2.500g. Medidas de prevenção devem incluir o manejo adequado da agitação motora do recém-nascido e implementação de protocolos de manuseio da cânula endotraqueal.