Atividade física e qualidade de vida em indivíduos renais crônicos
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v11i1.3382Palavras-chave:
Insuficiência Renal Crônica. Hemodiálise. Atividade física. Nível de Saúde. Perfil de Impacto da Doença.Resumo
INTRODUÇÃO: As alterações impostas pela doença renal e por seu tratamento interferem negativamente na qualidade de vida dos indivíduos com doença renal crônica. A atividade física é relatada como uma alternativa terapêutica nesta população, porém, a maioria dos pacientes submetidos à hemodiálise apresentam baixos níveis de atividade física. OBJETIVO: verificar a correlação entre a atividade física e qualidade de vida em indivíduos com doença renal crônica em hemodiálise. MÉTODOS: Este estudo é observacional, analítico, descritivo e quantitativo, desenvolvido em uma das Unidades de Hemodiálise da região Noroeste do Rio Grande do Sul, Brasil, na atenção clínica terciária, durante o período de novembro de 2018 a fevereiro de 2019. Foram incluídos indivíduos maiores de 18 anos e em tratamento hemodialítico por doença renal crônica há mais de três meses; pertencentes ao serviço de hemodiálise. Os critérios de exclusão foram os indivíduos com diagnóstico de doença renal aguda; aqueles que apresentaram aparentemente dificuldades em compreender, responder ou que não realizaram completamente os instrumentos de avaliação propostos (qualidade de vida e pedômetros), indivíduos que no momento da avaliação não apresentaram condições clínicas estáveis. A coleta de dados foi realizada pela análise dos prontuários clínicos e eletrônicos e entrevista semiestruturada. Utilizou-se avaliação pelos pedômetros e pelo questionário Kidney Disease and Quality of Life Short-Form-KDQOL-SFTM. Análises de modelagem por regressão foram realizadas para testar a associação entre o número de passos/dia e os desfechos avaliados RESULTADOS: Foram incluídos na amostra 40 pacientes, destes, 70% são homens, com média de idade de 59,9 ± 13,0 anos. Na correlação entre atividade física e qualidade de vida, o número de passos/dia teve correlação significativa com as dimensões sintomas e problemas (r=0,523;p=0,003), efeitos da doença (r=0,458; p=0,010), função sexual (r=0,361;p=0,050), sono (r=0,357;p=0,049), função física (r=0,617;p=<0,001), papel físico (r=0,504;p=0,004), dor (r=0,496; p=0,005), bem estar emocional (r=0,407; p=0,023), papel emocional (r=0,435;p=0,014), função social (r=0,522;p=0,003), energia/fadiga (r=0,436;p=0,014) e composição física (r=0,598;p=<0,001). As variáveis idade, índice de massa corporal, tempo de hemodiálise e sexo não apresentaram correlação com o número de passos/dia. CONCLUSÃO: Houve correlação positiva entre atividade física e qualidade de vida, ou seja, quanto maior a média de número de passos/dia melhor a qualidade de vida de indivíduos em hemodiálise.