Características do acesso de crianças com microcefalia aos serviços de fisioterapia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v11i4.4147

Palavras-chave:

Acesso aos serviços de saúde, Reabilitação, Microcefalia, Fisioterapia

Resumo

INTRODUÇÃO: A "síndrome congênita do Zika" compreende um conjunto de sinais e sintomas apresentados por crianças nascidas de mães infectadas durante a gestação. Os RN acometidos por microcefalia apresentam alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, assim, o processo de reabilitação torna-se fundamental para o desenvolvimento das crianças. OBJETIVO: Nessa perspectiva, faz-se necessário considerar o acesso em seu domínio amplo, e compreender as características do acesso de crianças com microcefalia nascidas nos anos de 2015 e 2016 aos serviços de fisioterapia. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa, com caráter descritivo. Utilizou-se um questionário validado por quatro especialistas, coletando informações acerca da caracterização socioeconômica e clínica, identificação do tempo entre o encaminhamento das crianças e sobre as características do acesso à reabilitação. RESULTADOS: A amostra deste estudo foi composta por 103 cuidadores de crianças com microcefalia. Observou-se que 93,2% das crianças tiveram encaminhamento para procurar o serviço de fisioterapia e buscaram atendimento, entretanto, nem todas as crianças mantiveram-se em reabilitação. As crianças que tiveram acesso continuado e as que descontinuaram o cuidado em algum momento apresentavam-se de forma semelhante no que diz respeito à frequência de tratamento, realização da fisioterapia em mais de um serviço, tempo de duração da sessão, despendimento de pagamento para exames e interferência na atividade profissional com o tratamento da criança. CONCLUSÃO: As que se mantiveram em acesso sem interrupções, possuíam um auxílio maior do município para deslocamento, além da oportunidade de assistência da rede de apoio ao cuidador, potencializando a manutenção do cuidado.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Menezes HLSM, Pacheco JN, Tomal NR, Guedes VR. Zika virus associated with microcephaly. Rev Pato Tocantins [Internet]. 2016;2(3):32-45. Available from: https://betas.uft.edu.br/periodicos/index.php/patologia/article/download/1991/pdf

Von Der Hagen M, Pivarcsi M, Liebe J, Von Bernuth H, Didonato N, Hennermann JB, et al. Diagnostic approach to microcephaly in childhood: a two-center study and review of the literature. Dev Med Child Neurol. 2014;56(8):732–41. https://doi.org/10.1111/dmcn.12425

Dantas KO, Neves RF, Ribeiro KSQS, Brito GEG, Batista MC. Repercussions on the family from the birth and care of children with multiple disabilities: a qualitative meta-synthesis. Cad. Saúde Pública. 2019;35(6):e00157918. https://doi.org/10.1590/0102-311X00157918

Tôrres AKV, Sarinho SW, Feliciano KVO, Kovacs MH. Organizational access to motor rehabilitation for children with cerebral paralysis in the city of Recife. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2011;11(4):427-36. https://doi.org/10.1590/S1519-38292011000400009

Travassos C, Viacava F. Access to and use of health services by rural elderly, Brazil, 1998 and 2003. Cad Saúde Pública. 2007;23(10):2490-2502. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2007001000023

Travassos C, Castro MSM. Determinants and social inequalities in access to and use of health services. In: Giovanella L, Escorel S, Lobato LVC, Noronha JS, Carvalho AI. Políticas e sistema de saúde no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; 2012. p. 183-206.

Marinho F, Araújo VEM, Porto DL, Ferreira HL, Coelho MRS, Lecca RCR, et al. Microcephaly in Brazil: prevalence and characterization of cases from the Information System on Live Births (Sinasc), 2000-2015. Epidemiol Serv Saude. 2016;25(4):701-12. https://doi.org/10.5123/S1679-49742016000400004

Adegoke BOA, Adenuga OO, Olaleye OA, Akosile CO. Quality of life of mothers of children with cerebral palsy and their agematched controls. African J. Neurol. Sci [Internet]. 2014;33(1):355-61. Available from: https://www.ajol.info/index.php/ajns/article/view/115311

Gadelha IDS, Brito GE, Ribeiro KSQS, Nascimento JA, Freitas EML. Access time to rehabilitation services for people suffering from a stroke. Rev enferm UFPE [Internet]. 2015;9(12):1246-24. Available from: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/10831/12027

Ministério da Saúde (Brasil), Secretaria de Saúde. Febre pelo vírus Zika: uma revisão narrativa sobre a doença [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde. 2015;46(26). Available from: http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/agravos/notas_tecnicas/Vigilancia-zika-31-01-17.pdf

Chen JJ, Yang RK. The Future of UIHC Rehabilitation Services: Defining and Measuring Quality Rehabilitation Services. Iowa Orthop J. 2009;29:139–42. Cited: PMID: 19742103

Santos LS, Barbosa ASS, Santana ASFG, Monteiro LFT. A participação da família no trabalho de reabilitação da criança com microcefalia. Cad Grad Ciênc Biol Saúde Unit [Internet]. 2018;4(2):189-202. Available from: https://periodicos.set.edu.br/fitsbiosaude/article/view/4525

Nunes ML, Carlini CR, Marinowic D, Kalil Neto F, Fiori HH, Scotta MC, et al. Microcephaly and Zika virus: a clinical and epidemiological analysis of the current outbreak in Brazil. J. Pediatr. 2016;92(3):230-40. https://doi.org/10.1016/j.jped.2016.02.009

Ribeiro AP, Barter EACP. Rehabilitation service to the elder person victim of accidents and violence on different regions of Brazil. Ciênc. saúde coletiva. 2010;15(6):2729-40. https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000600011

Ventura CV, Maia M, Ventura BV, Linden VVD, Araújo EB, Ramos RC, et al. Ophthalmological findings in infants with microcephaly and presumable intra-uterus Zika virus infection. Arq. Bras. Oftalmol. 2016;79(1):1-3. https://doi.org/10.5935/0004-2749.20160002

Botelho ACG, Neri LV, Silva MQF, Lima TT, Santos KG, Cunha RMA, et al. Presumed congenital infection by Zika virus: findings on psychomotor development - a case report. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 2016;16(1):39-44. https://doi.org/10.1590/1806-9304201600S100004

Flor CJDRV, Guerreiro CF, Anjos JLM. Neuropsicomotordevelopment in children with microconfalia associated with zika virus. Rev Pesq Fisioter. 2017;7(3):313-18. https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v7i3.1386

Silva RK, Gaetan ESM. A importância da estimulação ambiental e da intervenção fisioterapêutica precoce na habilitação de crianças com paralisia cerebral: uma visão neurofisiológica. Reabilitar. 2004;22(6):49-57.

Souza CCBX, Rocha EF. Entry doors or shut doors?: access to rehabilitation within basic health units of the southeastern region of the city of So Paulo - from 2000 to 2006. Rev Ter Ocup [Internet]. 2010;21(3):230-39. Available from: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-657264

Balasubramanian H, Biehl S, Dai L, Muriel A. Dynamic allocation of same-day requests in multiphysician primary care practices in the presence of prescheduled appointments. Health Care Manag Sci. 2014;17(1):31-48. https://doi.org/10.1007/s10729-013-9242-2

Félix VPSR, Farias AM. Microcephaly and family dynamics: fathers’ perceptions of their children’s disability. Cad. Saúde Pública. 2018;34(12):e00220316. https://doi.org/10.1590/0102-311X00220316

Lima LHSS. Dinâmica familiar da criança com microcefalia pelo Zika vírus à luz da teoria de Betty Neuman [dissertação] [Internet]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 2017.Available from: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29617

Brunoni D, Blascovi-Assis SM, Osório AAC, Seabra AG, Amato CADLH, Teixeira MCTV, et al. Microcephaly and other Zika virus related events: the impact on children, families and health teams. Ciênc. saúde coletiva. 2016;21(10):3297-3302. https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.16832016

Bolla BA, Farias AMD. Caring for a child with congenital anomalies: the experience of the family. Esc Anna Nery Rev Enfermagem. 2013;17(2):284-90. https://doi.org/10.1590/S1414-81452013000200012

Vale PRLF. Experiências de famílias de crianças com microcefalia por Zika vírus [dissertation] [Internet]. Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de Santana; 2018. Available from: http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/680

Publicado

17.11.2021

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

1.
Nóbrega de Farias D, da Fonseca Neves R, Guedes de Brito GE, Silva de Mélo E, Duarte de Britto Lira L, Guedes Souza LM, et al. Características do acesso de crianças com microcefalia aos serviços de fisioterapia. Rev Pesq Fisio [Internet]. 17º de novembro de 2021 [citado 22º de dezembro de 2024];11(4):738-49. Disponível em: https://journals.bahiana.edu.br/index.php/fisioterapia/article/view/4147

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >>