Subcultura gay bear: auto-conceitos, práticas subjetivas e saúde mental
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v7i1.1574Palavras-chave:
Homossexualidade, Subjetividade, Masculinidade.Resumo
Este artigo explora o ponto de vista sugerido de que indivíduos que se identificam com a subcultura “urso” entre homens gays apresentam autoconceitos e práticas subjetivas associadas à masculinidade hegemônica e atitudes negativas em relação à efeminidade, o que pode afetar sua saúde sexual e mental. Para explorar esta sugestão, articulou-se uma análise sócio-histórica sobre os relacionamentos homoafetivos e o fenômeno da subcultura dos gays ursos. Através desta exploração, verificou-se, por um lado, que esses indivíduos envolveram-se em diferentes formas de grupos formados com o intuito de mitigar a marginalização dentro da comunidade LGBT, enfatizando a camaradagem, o carinho interpessoal, a aceitação da maturidade e da estética da classe trabalhadora como elementos de suas identidades. Por outro lado, também foram identificadas referências atributivas heterossexistas implícitas no discurso e nas práticas desses indivíduos. A revisão de uma amostra da literatura revisada e publicada na última década apontou que esses indivíduos apresentaram comportamentos idiossincráticos influenciados por fatores socioculturais e éticos, mas que convergiram em elementos da masculinidade hegemônica. Como parece que essa convergência pode afetar a saúde sexual e mental desses homens, profissionais de saúde mental podem beneficiar-se com a compreensão das especificidades das necessidades dessa população. Outros estudos empíricos são sugeridos para verificar tais associações em contextos socioeconômicos-culturais, étnicos e de orientação sexual mais diversos.