PSICANÁLISE E UNIVERSIDADE: QUESTÕES SOBRE A FORMAÇÃO DO ANALISTA E O ENSINO NA GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v1i1.40Palavras-chave:
Psicanálise, Ensino, Transmissão, UniversidadeResumo
O presente artigo constitui-se em uma reflexão que encontra a sua inspiração na experiência de docência da autora no curso de Psicologia da Bahiana. Trata-se de um escrito que procura pensar questões relativas ao ensino da psicanálise em um curso de graduação em psicologia, cotejando-as com elementos referidos ao processo de formação de um analista. Para isto, a autora reflete sobre a condição do analista na posição de docente de um curso de psicologia, destacando os aspectos do ensino e da transmissão em psicanálise. São atualizadas algumas preocupações inscritas por Freud sobre a psicanálise “leiga”, as quais deixam ver como a psicanálise é, a um só tempo, teoria, método e procedimento para trabalhar com os processos psíquicos, ou seja, é uma clínica. No mesmo ensejo de atualizar a discussão, são trazidas à reflexão questões contemporâneas postas por analistas em artigos recentes, voltadas à problematização do tema a partir de aspectos como a lide com a verdade no discurso da universidade, e o lugar da mestria, pontos que reverberam nas interrogações que a autora se faz, tecendo ponderações sobre a ética e a prática. Para finalizar, são mencionadas algumas experiências consideradas frutíferas à utilização do aporte teórico psicanalítico, e indicadas certas condições que se têm mostrado favoráveis a um aprendizado da psicanálise que permite preservar o seu estatuto de ser, ao mesmo tempo, uma teoria e uma clínica para trabalhar com os processos psíquicos.