Situações de vulnerabilidade vivenciadas por pessoas transexuais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2023.e5109

Palavras-chave:

Percepção, Pessoas transexuais, Preconceito, Populações vulneráveis, Situações de violências e vulnerabilidades

Resumo

OBJETIVO: Analisar a percepção de pessoas transexuais sobre as situações preconceituosas vivenciadas no seu cotidiano. MÉTODO: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado presencialmente entre os meses de junho e dezembro de 2018, com 25 pessoas transexuais dos municípios de Petrolina/PE e Juazeiro/BA. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas, que foram gravadas e transcritas na íntegra e esses dados analisados ​​por meio da Análise de Conteúdo temática. RESULTADOS: Verificou-se que as pessoas transexuais percebem a ocorrência de situações de violência em seu cotidiano, evidenciada de diversas formas. Ao indagar sobre a violência e o preconceito sofrido, foi mencionado o medo, a visão diferente e preconceituosa das pessoas, as dificuldades no uso de banheiros públicos e a falta de informação quanto à diferenciação dos subgrupos da sigla LGBTQIA+. Quanto às dificuldades enfrentadas, foram citadas as barreiras de acesso à saúde, educação, inserção no mercado de trabalho e relacionamento familiar. CONCLUSÃO: Assim, considerando a complexidade dessa problemática na região estudada e no país como um todo, torna-se fundamental a participação política desses indivíduos em movimentações sociais da diversidade sexual e de gênero, de forma a se buscar a conscientização da sociedade a respeito dessa diversidade e, a partir disso, propor o planejamento e execução de ações que visem diminuir as dificuldades de pessoas transexuais em relação à garantia dos direitos fundamentais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Albuquerque, G. A., Parente, J. S., Belém, J. M., & Garcia, C. L. (2016). Violência psicológica em lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no interior do Ceará, Brasil [Violencia psicológica en lesbianas, gays, bisexuales, travestis y transexuales en el interior de Ceará, Brasil]. Saúde em Debate, 40(109), 100–111. https://doi.org/10.1590/0103-1104201610908

Alves, A. A., Azevedo, B. G., & Silva, D. S. (Orgs.). (2018). Psicologias, sexualidades e identidades de gênero: guia de referências técnicas e teóricas (1a. ed., p. 38) [Psicologías, sexualidades e identidades de género: guía de referencias técnicas y teóricas]. Conselho Regional de Psicologia 3ª região. https://www.crp03.org.br/wp-content/uploads/2019/01/CRP03-Cartilha-Psicologia-Sexualidades-e-Identidades-de-G%C3%AAnero-1.pdf

Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. Edições 70.

Barreto, J. S., & Kohlsdorf, M. (2018). Análise da violência do bullying de acordo com relatos dos adolescentes nos blogs da internet [Análisis de la violencia bullying según relatos de adolescentes en blogs de internet]. Perspectivas em Psicologia, 22(1), 138–154. https://doi.org/10.14393/PPv22n1a2018-10

Benevides, B. G. (2023). Dossiê: assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2022 [Dossier: asesinatos y violencia contra travestis y transexuales brasileños en 2022]. Associação Nacional de Travestis e Transexuais – ANTRA. https://antrabrasil.files.wordpress.com/2023/01/dossieantra2023.pdf

Canabarro, R., & Meyrer, M. R. (2016). A mulher mais bonita do brasil: os closes de Roberta nas capas da revista manchete: a construção de identidades transfemininas (1984-1994) [La mujer más bella de Brasil: los primeros planos de Roberta en las portadas de la revista Manchete: la construcción de identidades transfemeninas (1984-1994)]. Revista de História Comparada, 10(2), 212–234. https://revistas.ufrj.br/index.php/RevistaHistoriaComparada/article/view/4169

Carvalho, A. A., & Barreto, R. C. V. (2021). A invisibilidade das pessoas LGBTQIA+ nas bases de dados: novas possibilidades na Pesquisa Nacional de Saúde 2019? [La invisibilidad de las personas LGBTQIA+ en las bases de datos: ¿nuevas posibilidades en la Encuesta Nacional de Salud 2019?]. Ciência & Saúde Coletiva, 26(9), 4059–4064. https://doi.org/10.1590/1413-81232021269.12002021

Cerqueira, T. D., Denega, A. M. O., & Padovani, A. S. (2020). A importância do nome social para autoaceitação e aceitação social do público “Trans” [La importancia del nombre social para la autoaceptación y aceptación social del público “Trans”]. Revista Feminismos, 8(2), 26–39. https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/34894/23830

Chagas, E. N., & Nascimento, T. E. P. (2017, Agosto 22–25). (In)Visibilidade Trans: uma breve discussão acerca da transfobia na vida de travestis e transexuais [(In)Visibilidad trans: una breve discusión sobre la transfobia en la vida de travestis y transexuales.]. XVIII Jornada Internacional de Políticas Públicas, São Luís, Maranhão, Brasil. http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2017/pdfs/eixo6/invisibilidadetransumabrevediscussaoacercadatransfobianavidadetravestisetransexuais.pdf

D’Andrea, L. S., & Romagnoli, R. C. (2018). Deslocando sobre o arco-íris com tonalidades cinza e preto: assexualidades em trânsito [Moviéndose sobre el arcoíris con tonos grises y negros: asexualidades en trânsito]. Revista Ártemis, 25(1), 219–239. https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8214.2018v25n1.36065

Evangelista, B. S. (2017). A heteronormatividade como mantenedora da violência contra homossexuais [La heteronormatividad como mantenedora de la violencia contra los homosexuales]. Web-Revista Sociodialeto, 8(22). http://sociodialeto.com.br/index.php/sociodialeto/article/view/72

Feitosa, C., & Morato, R. (2018). Crimes de ódio virtuais contra LGBT no Brasil: o Humaniza Redes como proteção estatal [Crímenes de odio virtuales contra LGBT en Brasil: Humaniza Redes como protección estatal]. Revista Periódicus, 1(10), 208–230. https://doi.org/10.9771/peri.v1i10.27379

Ferreira, B. O., Pedrosa, J. I. S., & Nascimento, E. F. (2018). Diversidade de gênero e acesso ao Sistema Único de Saúde [Diversidad de género y el acceso al Sistema Único de Salud]. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, 31(1). https://doi.org/10.5020/18061230.2018.6726

Ferreira, V., & Sacramento, I. (2019). Movimento LGBT no Brasil: Violências, Memórias e Lutas [Movimiento LGBT en Brasil: Violencia, Memorias y Luchas]. Revista Eletrônica de Comunicação Informação e Inovação em Saúde, 13(2), 234–239. https://doi.org/10.29397/reciis.v13i2.1826

Franco, L. N. (2017). Políticas públicas no Brasil voltadas para a população LGBT: reflexos que o movimento enfrenta com relação à sociedade civil [Políticas públicas en Brasil dirigidas a la población LGBT: reflexiones que enfrenta el movimiento en relación a la sociedad civil]. [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Uberlândia]. Repositório Institucional UFU. https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/20739

Gaudenzi, P. (2018). Intersexualidade: entre saberes e intervenções [Intersexualidad: entre saberes e intervenciones]. Cadernos de Saúde Pública, 34(1), e00000217. https://doi.org/10.1590/0102-311X00000217

Gutierres, S. M., & Lordello, S. R. (2020). Promoção da saúde com transexuais e travestis: uma revisão sistemática de literatura [Promoción de la salud con transexuales y travestis: una revisión sistemática de la literatura]. Revista Psicologia Política, 20(47), 165–177. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1519-549X2020000100013&script=sci_abstract

Jara, M. S. (2017). Exclusão social de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros negros (as) [ Exclusión social de personas negras lesbianas, gays, bisexuales y transgénero] [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal do Pampa]. Repositório Institucional da Unipampa. https://dspace.unipampa.edu.br/handle/riu/2310

Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (2001). Fundamentos de metodologia científica [Fundamentos de la metodología científica] (2a. ed.). Atlas.

Licciardi, N., Waitmann, G., & Oliveira, M. H. M. (2015). A discriminação de mulheres travestis e transexuais no mercado de trabalho [Discriminación de las mujeres travestis y transgénero en el mercado laboral]. Revista Científica Hermes, 14, 201–218. https://doi.org/10.21710/rch.v14i0.210

Lima, C. M. N. (2021). Assexualidade: os desafios para o reconhecimento e aceitação social [Asexualidad: los desafíos para el reconocimiento y la aceptación social]. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, 7(3), 111–125. https://doi.org/10.51891/rease.v7i3.762

Mesquita, I. B. (2018). O uso dos banheiros sociais pelos transgêneros, transexuais e travestis [El uso de baños sociales por parte de transgénero, transexuales y travestis]. Anais do Seminário Internacional em Direitos Humanos e Sociedade, 1. http://periodicos.unesc.net/AnaisDirH/article/view/4654/4252

Minayo, M. C. S. (2014). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde [El desafío del conocimiento: investigación cualitativa en salud]. Hucitec.

Ministério dos Direitos Humanos. (2016). Caderno de Propostas da 3ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais [Libro de Propuestas para el III Congreso Nacional de Políticas Públicas en Derechos Humanos de Lesbianas, Gays, Bisexuales, Travestis y Transexuales]. https://prceu.usp.br/wp-content/uploads/2021/04/relatorio-final-3a-conferencia-nacional-lgbt-1.pdf

Ministério dos Direitos Humanos. (2018). Manual orientador sobre diversidade [Manual de orientación de diversidade] (p. 92). https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2018/dezembro/ministerio-lanca-manual-orientador-de-diversidade/copy_of_ManualLGBTDIGITAL.pdf

Organização Mundial de Saúde. (2020). Saúde sexual, direitos humanos e a lei [Salud sexual, derechos humanos y derecho]. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/175556/9786586232363-por.pdf

Portaria n. 2.836, de 1º de dezembro de 2011. (2011). Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Política Nacional de Saúde Integral LGBT) [Establece, en el ámbito del Sistema Único de Salud (SUS), la Política Nacional de Salud Integral para Lesbianas, Gays, Bisexuales, Travestis y Transexuales (Política Nacional de Salud Integral LGBT)]. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2836_01_12_2011.html

Quiñones, C. R., Toro-Alfonso, J., & Meléndez, L. (2016). Minorías frente al alza en la criminalidad: Percepción de seguridad de la comunidad lesbiana, gay, bisexual y transgénero (LGBT) en Puerto Rico. Revista Puertorriqueña de Psicología, 24(2), 12–26. https://www.repsasppr.net/index.php/reps/article/view/222

Rebouças, W. A. S., Marinho, I. C., & Silva, Y. R. C. (2022). Comunidade LGBTQIA+ e as condições de acesso e permanência no ensino superior [La comunidad LGBTQIA+ y las condiciones de acceso y permanencia en la educación superior]. D’Generus: Revista de Estudos Feminista e de Gênero, 1(1), 583–602. https://doi.org/10.15210/dg-revista.v1i1.2072

Resolução n. 12, de 16 de janeiro de 2015. (2015). Estabelece parâmetros para a garantia das condições de acesso e permanência de pessoas travestis e transexuais - e todas aquelas que tenham sua identidade de gênero não reconhecida em diferentes espaços sociais - nos sistemas e instituições de ensino, formulando orientações quanto ao reconhecimento institucional da identidade de gênero e sua operacionalização [Establece parámetros para garantizar las condiciones de acceso y permanencia de las personas travestis y transgénero -y de todas aquellas cuya identidad de género no sea reconocida en los diferentes espacios sociales- en los sistemas e instituciones educativas, formulando lineamientos en cuanto al reconocimiento institucional de la identidad de género y su operacionalización]. https://www.gov.br/mdh/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/old/cncd-lgbt/resolucoes/resolucao-012#:~:text=Estabelece%20par%C3%A2metros%20para%20a%20garantia,quanto%20ao%20reconhecimento%20institucional%20da

Resolução n. 510, de 07 de abril de 2016. (2016). Dispõe sobre as normas éticas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais [Establece normas éticas aplicables a la investigación en Ciencias Humanas y Sociales]. https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf

Ribeiro, L. P., Vilanni, F. B., Silva, I. P., & Alexandre, P. T. S. (2019). Nós sofremos violência todo dia!: Representações sociais e vivências de violência para pessoas transgêneras [Sufrimos violencia todos los días!: Representaciones sociales y experiencias de violencia para personas transgénero]. iQual. Revista de Género e Igualdad, (2), 22–40. https://doi.org/10.6018/iQual.327291

Rocon, P. C., Rodrigues, A., Zamboni, J., & Pedrini, M. D. (2016). Dificuldades vividas por pessoas trans no acesso ao Sistema Único de Saúde [Dificultades que experimentan las personas transgénero para acceder al Sistema Único de Salud]. Ciência & Saúde Coletiva, 21(8), 2517–2526. https://doi.org/10.1590/1413-81232015218.14362015

Santana, N. N., & Maio, E. R. (2015, Dezembro 23–25). Transexualidade e ensino: a visão do profissional da educação [Transexualidade e ensino: a visão do profissional da educação]. 24º Encontro Anual de Iniciação Cientifica, Maringá, PR, Brasil. http://www.eaic.uem.br/eaic2015/anais/artigos/239.pdf

Saraiva, A. (2018, Dezembro 28). Desemprego cai para 11,6%, mas informalidade atinge nível recorde [El desempleo cae al 11,6%, pero la informalidad alcanza un nivel récord]. Agência IBGE Notícias. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/23465-desemprego-cai-para-11-6-mas-informalidade-atinge-nivel-recorde

Soliva, T. B., & Gomes Junior, J. (2020). Entre vedetes e “homens em travesti”: um estudo sobre corpos e performances dissidentes no Rio de Janeiro na primeira metade do século XX (1900-1950) [Entre estrellas y “travestis”: un estudio sobre cuerpos y performances disidentes en Río de Janeiro en la primera mitad del siglo XX (1900-1950)]. Locus: Revista de História, 26(1), 123–148. https://doi.org/10.34019/2594-8296.2020.v26.30003

Trevisan, J. S. (2018). Devassos no Paraíso: a homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade [Devassos in Paradise: la homosexualidad en Brasil, desde la colonia hasta el presente] (4a ed.). Editora Objetiva.

Publicado

01.08.2023

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

de Melo, R. A., e Silva, A. L. G., Costa, D. R. R. dos S., Guimarães, M. C., Coqueiro, L. S. R., & Fernandes, F. E. C. V. (2023). Situações de vulnerabilidade vivenciadas por pessoas transexuais. Revista Psicologia, Diversidade E Saúde, 12, e5109. https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2023.e5109

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >>