Abordagem fisioterapêutica na síndrome de Alfred Poland: um relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.2025.e5969Palavras-chave:
Síndrome de Poland, Fisioterapia, PediatriaResumo
INTRODUÇÃO: A síndrome de Alfred Poland (SAP) é uma anomalia congênita rara com ausência total dos músculos peitoral maior, peitoral menor, serrátil e da mama. Além do complexo areolocapilar, com risco de menos de 1% de recorrência familiar, pode ser encontrado também defeitos em cartilagens e costelas, hipoplasia de tecidos subcutâneos da parede torácica e alopecia das regiões axilar e mamilar. Poland foi o primeiro a descrever uma anomalia com ausência do músculo peitoral associada à deformidade das mãos, mais tarde, essa mesma síndrome foi descrita por Froriep. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo registrar a abordagem fisioterapêutica em uma criança do sexo feminino, de 6 anos de idade, com desenvolvimento neuropsicológico normal e motor atípico. O foco do estudo é poder auxiliar a comunidade acadêmica no manejo da síndrome supracitada. MÉTODO: A metodologia apresentada refere-se a um relato de caso, realizada a partir dos exames disponíveis e da avaliação da paciente pediátrica. Esta consistiu em uma análise biomecânica da cintura escapular. Após esta investigação, estabeleceu- se os exercícios terapêuticos. A reavaliação foi realizada a cada 30 dias, em média. Tendo como alvo os músculos do peitoral maior, peitoral menor e romboides. RESULTADO: Houve ganho da força muscular em um grau dos músculos: deltoide, redondo maior e menor, supra espinhal, infra espinhal, subescapular, romboides e peitoral menor. Estes músculos possuíam grau 3 de força muscular e evoluíram para grau 4 de força muscular. Não houve ganho de força muscular em peitoral maior. A criança apresentou melhor consciência corporal e, consequentemente, diminuição das compensações musculares e melhor alinhamento corporal. CONCLUSÃO: Este relato de caso mostrou que a fisioterapia melhorou o desenvolvimento motor de uma criança com síndrome de Alfred Poland, especialmente em força muscular, postura e consciência corporal. O apoio e incentivo familiar, especialmente dos pais, contribuíram para a segurança e motivação da criança durante o tratamento, promovendo maior engajamento. A colaboração ativa da família integrou o tratamento às atividades diárias, ajudando a criança a aplicar os aprendizados nas sessões, resultando em melhorias na força muscular da cintura escapular, alinhamento postural e consciência corporal.
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