“Tudo é violência, viver é violência!”: representações sociais e vivências de mulheres em situação de rua
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e4027Palavras-chave:
Representações Sociais, Violência, Mulheres, Belo HorizonteResumo
OBJETIVO: Esta pesquisa analisou as representações sociais sobre a violência para mulheres em situação de rua na regional Centro-Sul da cidade de Belo Horizonte. MÉTODOS: Se trata de pesquisa qualitativa em que foram aplicados 22 questionários a mulheres em situação de rua e conduzidas entrevistas narrativas com três delas e a análise de dados foi a partir da análise de conteúdo. RESULTADOS: A análise de dados está construída a partir de três movimentos: (a) apresentação do contexto da pesquisa, (b) o perfil das participantes da pesquisa e (c) as categorias de análise conjugando os questionários e entrevistas feitas – a saber, violência e identidade de gênero, local de vida, de inserção social ou de proteção à violência?; a ocupação e a violência, a violência dos ‘companheiros’ e violência institucional. DISCUSSÃO: Identificou-se que a violência é algo presente no cotidiano das mulheres em situação de rua de Belo Horizonte, marcando diretamente as formas de pensar, sentir e agir destas mulheres. CONCLUSÃO: Entendemos que a violência dita e organiza formas de pensar, sentir e agir das mulheres em situação de rua, inclusive na necessidade de reconstruir e (re)visitar categorias previamente elaboradas para explicar processos que requerem, para além da teorização, a experiência de estar no mundo, frente aos fenômenos que significam e ressignificam as identidades, diante das estratégias que elas traçam em torno da violência e da forma de autopreservação.
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