VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: VIVÊNCIAS DE SOFRIMENTO ENTRE GESTANTES DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v5i1.847Palavras-chave:
Violência, Parto, Parto humanizadoResumo
Esse texto teve como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre as práticas de violência obstétrica que ocorrem nas maternidades no momento do parto, suas implicações no bem-estar subjetivo das mulheres e as relações sociais que estruturam estas práticas. Realizou-se uma busca dos artigos relacionados ao tema nas bases de dados eletrônico Lilacs e Scielo, que foram agrupados em três grandes temas centrais. Na primeira parte do texto analisou-se a base histórica e social relacionada ao desenvolvimento desta violência, destacando as relações de poder e dominação da medicina e do machismo na estruturação dessas práticas assistenciais. A medicina, através da patologização do parto e sua consequente medicalização, assume o controle deste processo e objetifica a mulher, que perde a autonomia sobre teu corpo e sofre agressões físicas, psicológicas e sexuais nas maternidades, e ao invés de cuidado é desenvolvido relações de opressão nestas instituições. Na segunda parte identificou-se e foi descrito como as várias formas de violência são reproduzidas nas rotinas dos serviços de saúde e naturalizadas nos fluxos assistenciais, abordando as falas de mulheres que vivenciaram essas agressões e o sofrimento desencadeado por estas práticas. Na terceira parte abordou-se a política de humanização do parto que está sendo estimuladas pelo Ministério da Saúde desde 2000 com a Política Nacional de Humanização do Parto, e foram analisados os avanços da proposta enquanto possibilidade de modificação das relações de opressão que ocorrem no momento do parto e fortalecimento do protagonismo das mulheres.